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Brasil tem atualmente 6,2 milhões de pessoas acima de 60 anos inseridas na medicina de grupo. E pelo Estatuto
do Idoso, os convênios médicos são proibidos de reajustar as mensalidade por
faixa etária. Mas não há impedimento para subir mensalidades com base na
variação de custos. E fazem isso com um apetite impressionante. Em alguns casos
os reajustes anuais dos convênios médicos chegam a 100%.
Hoje ,
uma comissão especial da Câmara deve apreciar um projeto de lei que libera o critério
da faixa etária. Ou seja, o velhinho, que já sofre o impacto dos abusivos reajustes
anuais por variação de custos, pode passar a receber a segunda pancada, caso
esse projeto , que tramita em regime de urgência, seja aprovado pelo Congresso
Nacional.
Adivinhe
quem é o grande defensor da matéria? Se
você respondeu Ministro da Saúde acertou em cheio. Em entrevista na edição de
hoje da Folha de São Paulo, Ricardo Barros assume a bandeira dos planos de
saúde, sem qualquer tipo de constrangimento.
“Os planos de saúde correm riscos
antecipados por não poder reajustar as
mensalidades dos conveniados acima dos 60 anos pelo critério da faixa etária”, diz
o ministro, ao enfatizar que “o equilíbrio
dos planos tem que ser mantido”.
Se
você ler a entrevista inteira, vai ver que em nenhum momento Ricardo Barros vê
o lado dos idosos. O foco dele é o do fortalecimento dos convênios de saúde, os
conveniados que se explodam. Os riscos só existem para a empresas que pelo
jeito vão poder praticar dois aumentos por ano nos planos de saúde dos idosos.
Mas como Ricardo é bonzinho, ele deverá centrar fogo naquele seu velho projeto
dos planos populares, que reduzem as mensalidade mas com coberturas igualmente
reduzidas. Aqueles procedimentos sem coberturas, que joguem na conta do SUS.
Isto é, se ainda houver SUS ao final da gestão Barros no Ministério da Saúde.
Se eu tivesse que dar um título ao projeto que tramita na Câmara Federal cravaria: "Projeto Mata o Véio"
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