A mídia vem usando
indicadores irrelevantes para dizer que a economia brasileira está dando sinais
de recuperação. Para os professores Leda Paulani (USP) e Márcio Pochmann
(Unicamp) houve sim um minúsculo crescimento este ano, mas fruto das boas
safras agrícolas e da liberação do FGTS dos inativos, que incrementou o
consumo. Mas este é o tipo crescimento voo de galinha. Mesmo assim, o ministro
Meireles falou em retomada do crescimento e a imprensa bateu bumbo nessa
direção. ”É preciso considerar que diante da maior recessão da História do
Brasil, qualquer índice positivo agora é sobre uma base bastante deprimida”.
Não há por parte
dos jornalistas econômicos qualquer compromisso ético com a verdade dos
números. Eles não falam na queda da taxa
de investimento, no desmonte do parque industrial brasileiro, no crescimento
irresponsável dos gastos do governo, que só tem contingenciados as verbas de
programas sociais e dos investimentos no futuro do país (caso da ciência e
tecnologia) .A professora Leda diz estranhar “ que os especialistas ouvidos
pela mídia falem em crescimento de 1% do PIB em 2017. Para que isso aconteça, a
economia teria de crescer 2% no terceiro trimestre e outros 2,5% no último
trimestre. Onde eles são formados? Ou foram cooptados?”, pergunta.
Na verdade, o que o
governo está fazendo com o apoio da mídia corporativa é assombrar a sociedade
brasileira para tentar justificar reformas que conduzem o país ao atraso, como
a trabalhista e a previdenciária (ainda em andamento no Congresso Nacional). O noticiário
distorcido da televisão, por exemplo, não tem outro objetivo que não o de anestesiar
o povo, para que ele não grite diante da
catástrofe do estado mínimo.
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