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Coberturas jornalísticas com evidente distorção dos fatos


Do jornalista, sociólogo, escritor e apresentador de televisão, Lalo Leal , no site Carta Maior:
“A convocação da Constituinte na Venezuela foi, para a mídia brasileira, uma afronta. Não admitem uma organização política e social cuja formulação tenha origem em representações abrangentes da sociedade. Aqui no Brasil, como em vários outros países, a mídia praticamente escondeu aquilo que era o mais importante e a grande inovação de todo o processo: a forma de composição da nova Assembleia.
Foram eleitos 545 constituintes, dos quais 364 representam os municípios venezuelanos (um por município, dois por capital de estado e sete por Caracas, a capital do pais) e outros 181 dividem-se em 79 trabalhadores da ativa, 28 aposentados, oito camponeses/pescadores, oito indígenas, cinco pessoas com deficiência, cinco empresários, 24 estudantes e 24 representantes de conselhos comunais. Algo muito distante das bancadas brasileiras do boi, da bíblia, da bala e assemelhadas que ocupam o Congresso Nacional e deturpam a representação popular”.
Na verdade a cobertura jornalística na Venezuela tem se resumido às cenas de violência e a depoimentos escolhidos a dedo, extraídos de opositores do atual governo.
Em alguns jornais ficou clara a decisão do repórter de só circular por bairros ricos de Caracas onde a oposição ao governo e o repúdio à Constituinte era forte. Não se deu ao trabalho de ouvir pelo menos um, dos mais 8 milhões de venezuelanos que foram às urnas”.
Antes que confundam alhos com bugalhos, alerto aos apressados reacionários de plantão, que reproduzo esse texto de Lalo apenas para ressaltar minha repulsa ao jornalismo seletivo, passional e ideologicamente comprometido com o establishment .
É o mesmo jornalismo que vem guiando a cobertura das reformas trabalhista e previdenciária, onde não há o princípio do contraditório. Quem assiste ao Jornal Nacional, por exemplo, fica com a certeza de que a reforma trabalhista não retira direitos, que é moderna e vai permitir a retomada do pleno emprego.
Da mesma forma que passa a acreditar que há sim um déficit gigantesco na Previdência e que se não for implementada a “aposentadoria pé na cova”, o INSS não terá em futuro próximo como pagar aposentados e pensionistas.
Omitem, de maneira desavergonhada, que a receita da Previdência está sendo dissociada da seguridade social , que especialistas da área já provaram por A mais B ser superavitária. E sequer mencionam a rapinagem que o governo faz sobre o orçamento da Saúde , Previdência e Assistência Social via DRU, um mecanismo maroto que vem sendo usado ao longo dos últimos anos por vários governos, inclusive os do PT.
Antes, o governo podia tirar até 20% do orçamento geral da seguridade para tapar buracos do tesouro, mas agora esse teto foi elevado para 30%. Duvido que alguém vai ver a Miriam Leitão, por exemplo, fazer algum questionamento sobre essa rapinagem. Muito menos vai dizer que a reforma trabalhista deverá estimular o subemprego , afetando também a arrecadação do INSS e contribuindo de maneira decisiva para o agravamento da crise econômica do país.
Elementar, meu caro Watson, se o trabalhador tem seus salários aviltados, naturalmente vai consumir menos, o comércio vai vender menos e a indústria vai produzir menos . A queda do PIB é inevitável, como nesse cenário de terra arrasada potencializado pelo desequilíbrio das relações trabalhistas será inevitável o agravamento dos problemas sociais.

Tudo isso acontecendo e a mídia tradicional induzindo a população a continuar na praça dando milho aos pombos.

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