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O Brasil sucumbe em TEMERbrosas transações


Os governos Lula e Dilma ainda são acusados de quebrar a Petrobras. Dizem que o problema é a corrupção, mas a corrupção na estatal vem de longe. Não esqueçamos a denúncia feita em 1996 por Paulo Francis  no  programa  Manhattan Connection , da Globo News. A denúncia gerou uma ação indenizatória contra o jornalista que, pressionado pela condenação,  acabou sofrendo um infarto e morrendo.
Por conta do chamado “Petrolão”, uma campanha de desmoralização de uma das maiores empresas mundiais no campo da pesquisa e da extração de petróleo , foi colocada em marcha. Isso pra que? Naturalmente para facilitar o seu desmonte e, pelo fatiamento, sua desnacionalização. “O petróleo é nosso” , dizia-se por ocasião da descoberta de reservas de petróleo na Bahia pelo presidente Getúlio Vargas. “O petróleo é deles”, diz-se agora na era Temer, apesar de todos os investimentos (exitosos, diga-se de passagem) feitos por Lula na pesquisa e depois na exploração do fóssil em águas profundas – o Pre-Sal.
Faço esse preâmbulo para justificar minha indignação ao ouvir hoje de manhã na CBN, o Carlos Alberto Sardenberg fazer uma defesa apaixonada (e descarada) do processo de desnacionalização total de máquinas e equipamentos petrolíferos. Doravante, a Petrobras deverá comprar tudo das indústrias estrangeiras. Isso depois da estatal ter aumentado e muito o conteúdo nacional mínimo na compra de bens e serviços  – foi de 57% em 2003 para 77,34% ao final do governo Lula. As compras da Petrobras no mercado brasileiro saíram  de U$ 5 bilhões para U$ 25,9 bilhões.
O argumento do atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, para voltar aos níveis anteriores a 2003 é de que a burocracia encarece demais a produção nacional de equipamentos. Segundo ele, comprando no mercado externo sai mais barato, reduzindo os custos operacionais da estatal.
Quando o presidente Lula lançou o Pre-Sal e decidiu que o governo incentivaria a indústria brasileira de equipamentos para extração , tanto no solo quanto em alto mar, entidades representativas da indústria como a Abimaq bateram palma. Acharam que por aí o Brasil iria crescer, iria desenvolver suas tecnologias, oxigenar a industria naval, com ampliação dos estaleiros existentes e construção de novos empreendimentos na área. Enfim, era mais impostos, mais postos de trabalho. Tudo isso,no entanto está indo pro vinagre com o governo Temer, que aos poucos vai liquidando o Pre-Sal e entregando nossas riquezas para o capital externo, sobretudo para as grandes petrolíferas norte-americanas.
Ora,  se a burocracia encarece o produto, se há dificuldade na certificação dos índices de nacionalidade das peças vendidas à Petrobras, não seria mais sensato reduzir a burocracia e qualificar institutos que possam fazer tais aferições? Ao invés disso, o governo prefere entregar tudo de mão beijada, num crime de lesa-pátria que vai custar muito caro às futuras gerações.
A pergunta que fica é seguinte: aonde este governo ilegítimo e predador do futuro vai levar o nosso país? Não tentemos responder, mas é passada a hora da oposição se encher de coragem e vergonha na cara e puxar esse debate. Já não é sem tempo  a dita sociedade organizada entrar em ação, não apenas contra o desmonte da Petrobras e da indústria nacional, mas contra o desmonte do estado social e sobretudo, contra a transformação do nosso país verdadeiramente numa república de bananas.
Mas na é caso pra desesperar, mas pra refletir, de preferência lembrando Chico, até como forma de  evitar  ” aquela página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória, de nossas novas gerações ,  em que dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações…”


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"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema